segunda-feira, 19 de maio de 2014

Mais de 70% das crianças para adoção têm mais de 10 anos

De acordo com matéria veiculada ontem (18.05.2014) na Folha de São Paulo, a grande maioria das crianças aptas para adoção na região de Ribeirão Preto/SP tem mais de dez anos de idade e quase nenhuma perspectiva de ser adotada.

Esta realidade não está só na região de Ribeirão Preto, pois de acordo com o CNA (Cadastro Nacional de Adoção), 77% das crianças aptas à adoção no Brasil já passaram dos 10 anos de idade, enquanto que a faixa etária de 0 a 3 anos perfaz menos de 5% do total.

Desta forma, as crianças que ultrapassam esta faixa etária estão destinadas a se tornarem adultas dentro dos abrigos, sob o cuidado de funcionários e tutela do Estado, exceto raríssimas exceções, já que, são consideradas "velhas" para a maioria dos requerentes no território brasileiro

De acordo com relatório expedido pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), 92,7% dos pretendentes desejam adotar uma criança com idade entre 0 e 5 anos, sendo que apenas 0,82% dos interessados aceitam crianças acima dos 10 anos de idade. 

De acordo com o juiz da Vara da Infância e da Juventude de Ribeirão Preto, Paulo César Gentile esta é uma realidade brasileira. Segundo ele "Com menos de dez anos é mais fácil colocá-las para adoção. Depois disso, as pessoas já não querem mais". 

Segundo, o juiz da Infância e Juventude de Jaboticabal, Alexandre Baptista dos Santos há um problema cultural que dificulta a adoção de crianças mais velhas no país. 

Culturalmente, o brasileiro pensa em adotar um bebê para integrá-lo com mais facilidade à família. Mas Santos diz que o adotante é quem deveria pensar em oferecer uma família à criança. 

No entanto, a questão cultural não é o único ponto que dificulta a adoção no Brasil. Outro ponto que atrapalha, e muito, a adoção no Brasil é a morosidade do sistema, seja para tornar uma criança apta à adoção, seja para efetivar o processo de adoção.

Isto porque, antes de entrar para o cadastro de adoção, o menor precisa passar por um processo judicial de destituição familiar que pode levar anos. 

Todavia, na tentativa de mudar esse quadro negativo, algumas associações tentam incentivar a adoção tardia aos que buscam o processo, utilizando-se, por exemplo, da mídia para encontrar uma família às crianças e adolescentes. 

Por fim, trago estudo feito pelo CNA e CNCA, em março/2013, sobre o perfil das crianças disponíveis para adoção no Brasil:




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